Os algoritmos são uma parte fundamental da internet e moldam a nossa experiência online, especialmente nas redes sociais. Eles selecionam e organizam as informações que vemos com base em nossos comportamentos digitais, limitando nossa exposição a perspectivas diversas. Além disso, a coleta de dados para alimentar esses algoritmos levanta questões de privacidade. É de vital importância que os usuários das redes sociais entendam como os algoritmos funcionam para navegar de forma consciente e informada na internet.
Por: Douglas Diniz
É importante entender o funcionamento dos algoritmos na era digital: como eles moldam a experiência de milhões nas redes sociais, seu papel na criação de 'bolhas de filtro', o monopólio das gigantes da internet na concentração de dados dos usuários e o futuro do que chamamos de democracia, já que os algoritmos determinam o que você vê online.
O livro 'Breve Dicionário Psicológico-Político de Redes Sociais e Era Digital', organizado pelo Dr. Raúl Ángel Gómez da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, aborda como a psicologia e a política se misturam na era digital. A Info.Revolução, visando contribuir para essa importante discussão, trabalhou na tradução de palavras - verdadeiros conceitos - utilizadas diariamente por milhões de pessoas ao navegarem na internet, conceitos estes que são esclarecidos de forma elucidativa na referida obra.
De uma forma geral, algoritmos são séries de operações projetadas para resolver um problema através de cálculos. No contexto digital, eles são essenciais para o funcionamento das grandes empresas de internet, como Facebook e Google, diferenciando-os em seus modelos de negócios.
Os algoritmos usam informações sobre o comportamento do usuário nas redes sociais e nos mecanismos de busca. Com base nos dados coletados, eles fazem previsões e selecionam a informação mais relevante de acordo com as preferências de cada usuário.
Cada plataforma tem seu próprio algoritmo projetado para mostrar aos usuários as informações que mais se alinham com suas preferências pessoais. Quanto mais precisas são suas previsões, mas elas conseguem chamar a atenção dos usuários e, por consequência, garantir sua permanência na plataforma. Para isso, eles coletam a maior quantidade de dados possível sobre o comportamento dos usuários dos serviços gratuitos e massivos. Os dados coletados permitem que essas empresas vendam publicidade direcionada, que é uma de suas principais fontes de rendimento.
A operação de algoritmos nas redes sociais e nos mecanismos de busca como o Google resulta em bolhas de filtro, onde os usuários só veem informações que correspondem aos seus interesses e reforçam suas opiniões. Isso limita a criatividade, a possibilidade de adquirir novos conhecimentos, expandir a perspectiva de mundo e mudar de opinião, enquanto determina o comportamento do usuário. Nesse contexto, autores como Pariser (2017) alertam que a indução algorítmica pode resultar em um determinismo informacional onde nosso histórico de cliques determina nosso futuro. Em outras palavras, se não apagarmos nosso histórico na web, podemos estar condenados a repeti-lo (p.137).
O monopólio das gigantes da Internet levanta debates sobre o poder acumulado por poucas empresas que possuem grandes quantidades de dados de milhões de pessoas em todo o mundo. Questões surgem sobre como isso afeta a democracia e os direitos dos cidadãos, como a privacidade.
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* Texto traduzido: Guadalupe Limbrici Dagfal – É formado em Literatura Moderna e revisor literário. Aluno de Especialização em Comunicação Digital da Universidade Nacional de La Plata, Argentina.
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Sugestões de leitura
· Pariser, E. (2017) O filtro de bolhas. Como a internet decide o que lemos e o que pensamos. Taurus.
· Real Academia Espanhola. (2021). Algoritmo. No Dicionário da língua espanhola. Obtido em 10 de agosto de 2022, em https://dle.rae.es/algoritmo
· Zuazo, N. (2018). Os donos da internet. Grupo de publicação da Penguin Random House Grupo Editorial.
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Ótimas informações, sobretudo para quem não domina conhecimentos digitais. Concordo, além de quabrar a democracia, também fere a privacidade. É impressionante como são invasivos! Chega a ser assustador. Obrigada pelas referências. Buscarei conhecer mais